Pr. Geziel Costa
O termo "evangelho" tem sua origem no grego "euangelion", que significa "boas novas" ou "notícias alvissareiras". Estas são notícias grandiosas, que impactam e chocam por sua magnitude e importância. No contexto do cristianismo, o evangelho carrega consigo as mensagens centrais da fé cristã, proclamando eventos tão extraordinários que parecem, à primeira vista, inacreditáveis. Vamos explorar o que especificamente são boas novas, detalhando cada um desses eventos fundamentais.
1. O anúncio da concepção virginal
A primeira notícia chocante é o anúncio de que uma virgem conceberia um filho. No Evangelho de Lucas, o anjo Gabriel aparece a Maria e lhe diz: “Eis que conceberás e darás à luz um filho, e lhe porás o nome de Jesus” (Lucas 1:31). Este fato foi, sem dúvida, surpreendente e até mesmo difícil de crer. A concepção virginal não era apenas biologicamente impossível aos olhos humanos, mas também algo que desafiava toda lógica comum. No entanto, como escreveu Agostinho de Hipona: "Não procuras entendimento para crer, mas crês para entender. Pois se não crês, não entenderás."[1] e este evento extraordinário foi o início das boas novas. Esse conceito reflete a teologia de Agostinho sobre como a fé abre caminho para o entendimento das verdades divinas, ao invés de ser uma conclusão derivada de um processo puramente
2. O nascimento de Jesus
Quando finalmente Salvador nasceu, o céu se abriu e os anjos anunciaram: “Glória a Deus nas alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem” (Lucas 2:14). A ocorrência dos pastores, que presenciaram esse evento, foi de assombro. São João Crisóstomo comenta: “Naquele dia, o céu desceu à terra e a terra foi elevada ao céu”.[2] Este acontecimento transcendeu o natural, fazendo o impossível se tornar realidade. Essa versão mais próxima, refletindo o espírito de sua teologia, expressa o impacto do nascimento de Cristo na relação entre o divino e o humano.
3. Sua vida e seu ministério
A vida e o ministério de Jesus são outra parte crucial do evangelho. Jesus não apenas pregou o Reino de Deus, mas demonstrou sua veracidade através de milagres, curas e maravilhas. Ele transformou água em vinho, acalmou tempestade, ressuscitou mortos, fez sinais que apontavam para sua autoridade divina. Como escreveu o teólogo Jonh Stott: "Os milagres de Jesus eram sinais do seu reino. Eles mostravam a sua autoridade sobre a natureza, a doença, os demônios, a morte e o pecado."[3] O evangelho, aqui, são as boas novas de que o Reino de Deus havia chegado na pessoa de Cristo. Nesta obra, John Stott explica que os milagres de Jesus foram sinais que obtiveram sua autoridade divina e autenticaram sua mensagem. Ele destaca que cada milagre aponta para a realidade do Reino de Deus e para a identidade de Jesus como o Messias.
4. O sofrimento de Jesus e a sua morte
Outro ponto central do evangelho é o sofrimento de Cristo. Nenhum outro homem passou pelo que Ele passou. Ele foi traído por um de seus discípulos, esbofeteado, açoitado e finalmente crucificado, a morte mais humilhante e dolorosa da época. No entanto, é dito que Ele entregou voluntariamente a sua vida: “Ninguém a tira de mim, mas eu a dou por minha própria vontade” (João 10:18). O teólogo John Stott comenta sobre esse sofrimento: ““A cruz é o lugar onde a justiça de Deus e o amor de Deus se encontram.”[4]
5. Sua sobrevivência
Após o sofrimento e a morte, as boas novas são completadas pela ressurreição. Três dias após ser colocado no túmulo, Jesus ressuscitou dos mortos, como Ele próprio havia predito (Mateus 16:21). Esse evento não só desafiou todas as expectativas humanas, mas confirmou que Ele era, de fato, o Filho de Deus. CS Lewis, famoso escritor e apologista cristão, escreveu: “O cristianismo, se falso, é de nenhuma importância, e se verdadeiro, é de importância infinita. A única coisa que ele não pode ser é moderadamente importante”[5]. A testemunha provou que o evangelho é de importância infinita, pois trouxe esperança de vida eterna para todos os que creem.
6. A promessa do arrebatamento
Por fim, as boas novas incluem a promessa de que Jesus voltará para buscar seu povo. Em 1 Tessalonicenses 4:16-17, Paulo escreve: “Porque o Senhor mesmo descerá do céu, e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que estivermos vivos, seremos arrebatados”. A promessa do arrebatamento é uma das mensagens mais aguardadas pelos cristãos. A expectativa do retorno de Cristo é a conclusão das boas novas, pois anuncia o dia em que todo o sofrimento será eliminado e os crentes permanecerão para sempre com o Senhor.
Conclusão
O evangelho é a mensagem mais extraordinária que o mundo já ouviu. Ele proclama eventos que desafiam nossa compreensão, mas que são essenciais para a fé cristã. Desde a concepção virginal, o nascimento de Jesus, sua vida e seu ministério, seu sofrimento e sua morte, até o arrebatamento, cada uma dessas "boas novas" são anúncios garrafais, chocantes e gloriosos. Assim, o "euangelion" continua a ser proclamado, trazendo esperança, transformação e salvação ao mundo.
Referências
[1]Agostinho, "A Trindade",Livro XV, cap. 2
[2](Homilia sobre o Natal).
[3]STOTT, Jonh. O Cristão Contemporâneo: Aplicando a Palavra de Deus ao Mundo de Hoje. Press. 1992.
[4]JSTOTT, Jonh. A Cruz de Cristo, InterVarsity Press, 1986.
[5]Lewis,C.S. Cristianismo puro e simples. Editora: Thomas Nelson
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